Eu estava de volta a mesma clareira em meio a floresta era noite e a clareira estava totalmente iluminada por uma espécie de lua cheia pentagonal, percebi que não estava sozinha, havia um casal, pareciam não ter notado a minha presença, eu estava muito perto deles, a mulher me parecia bastante familiar, ela estava usando o mesmo vestido que eu quando tive a visão da mesma floresta na sala da minha casa e aquela mulher era eu ou era muito parecida e o homem era o mesmo da visão e eles pareciam estar discutindo:
- General eu não quero ficar aqui me leve agora mesmo para Acart é uma ordem.
- Sinto muito, mas eu recebi ordens, sua mãe e o conselho decidiu que vossa majestade deveria passar um tempo aqui temos três cidades aqui e Vossa Alteza deverá saber o que está acontecendo aqui, como está o seu povo e o que já conseguiram até agora.
- Eu não quero saber, você não pode me deixar aqui, e não me importa quem decidiu o que eu não quero ficar aqui.
- Princesa eu só estou cumprindo ordens eu também não gostaria que ficasse aqui, até porque eu não estou feliz em deixá-la aqui, eu não poderei protegê-la.
- Você não precisa me proteger o tempo todo eu mesmo posso fazer isso.
- É disso que eu tenho medo. - eles começaram a rir
- Que absurdo Acorc, quem o ouvir falar assim vai pensar que sou um desastre.
- Desastre não, é só um pouco desatenta... você sabe que tenho que deixá-la aqui e sabe o quanto é difícil para mim ter de fazer isso.
- Eu sei Acorc, eu tenho que cumprir com meu dever de princesa eu vou ficar até porque já temos três cidades aqui, será muito bom conhecer os acartinianos que vivem aqui, mas gostaria que você ficasse aqui comigo.
- Será por pouco tempo, eu a amo princesa e vou voltar para buscar você Zoé.
Ao ouvi meu nome estremeci, eu estava ficando tonta, senti como se estivesse caindoentão acordei, Allan estava batendo a porta do meu quarto.
- Posso entrar?
- É claro que pode Allan. – me sentei e ele sentou ao meu lado.
- Tá com medo?
- Não, porque estaria?
- Não sabemos o que vamos encontrar, conhecemos essas pessoas agora e vamos mudar toda a nossa vida por causa delas? – eu quase havia esquecido da Belle e da Liz.
- Ah! Allan se houvesse a possibilidade do papai estar vivo eu faria qualquer coisa para coisa para salvá-lo, admiro muito o que elas estão fazendo para salvar a mãe, e eu quero ajudá-las, eu sinto que devo ajudá-las.
- Eu sei Zoé, talvez eu esteja sendo egoísta, eu tenho medo de perder você, perder o papai já foi bastante difícil e não conseguiria perder você...
- Eu também não quero perder você e nós estaremos juntos.
- Eu só não consigo entender o porque não estou conseguindo ver o que você está pensando agora.
- Será que é porque não estou pensando em nada agora.
- Ah! Engraçadinha.
- Você precisa relaxar, vai dar tudo certo, eu não sei porque você não esta conseguindo e não estou fazendo nada para bloquear você e se eu soubesse já teria usado isso antes.
- É serio Zoé, eu sempre consegui ver o que você estava pensando, não sei se já te contei mas foi você quem escolheu o seu o nome.
- Como?
- Quando a mamãe estava grávida eu consegui fala com você e quando perguntei qual era o seu nome você respondeu Zoé, no inicio mamãe não queria ela achava esse nome muito exótico, mas acabou aceitando.
- Você só tinha 2 anos como consegue lembrar disso?
- É irmãzinha não consigo apenas ler mentes eu também tenho uma super memória, no começo parecia legal, mas com o tempo fica chato, ficar lembrando com detalhes tudo o que aconteceu comigo, as coisas boas e ruins.
- Você foi muito corajoso quando o papai morreu, cuidou da mamãe e de mim muito bem, como dizem você virou o homem da casa. – ele sorriu me abraçou.
- Vou sentir falta daqui, das pessoas...
- Das pessoas ou da Alzira? Eu irmãozinho que você gosta dela, eu queria que vocês tivessem dado certo.
- Tá mocinha, acho que você está um pouco sonolenta e melhor eu ir preciso fazer aminha mala afinal vamos ao Rio de Janeiro,“...cidade maravilhosa, cheia de encantos mil...” –ele saiu cantarolando do meu quarto, já era manhã.
Levantei fui até o banheiro e fiquei me olhando no espelho, eu era realmente idêntica a aquela mulher da floresta, tive a sensação de que era ela que agora estava me encarando, abri a gaveta que ficava embaixo da pia, pegue uma tesoura e comecei a cortar o meu cabelo, quando vi que ele já estava no ombro parei, agora sim eu estava diferente e essa garota do espelho sou eu.
Peguei a pequena mala que já estava pronta perto da cama, eu não tinha muita coisa para levar, precisávamos de pouca bagagem e agora eu estava me sentindo até mais leve sem aquele cabelão todo, a mesa da cozinha já estava pronta meus hospedes já estavamtomando café da manhã, eles me olharam espantados, eu deveria estar muito diferente, quando Isabelle me viu correu ao meu encontro e meabraçou:
- Bom dia Isabelle! – Cumprimentei retribuindo o abraço
- Bom dia Zoé, gostei do que fez com cabelo, você está linda.
- Obrigada Belle! Está gostando do café da manhã?
- Está ótimo foi o Allan quem preparou tudo, tem panqueca, torrada, suco...
- Eu ouvi bem ou tenho um irmão prendado?
- Você está muito engraçadinha Zoé e o que foi que você fez com seu cabelo? Eu deixei você inteira no quarto a apenas uma hora e você me aparece com uma surpresa dessa, mas eu gostei ficou muito melhor.
- Obrigado irmãozinho é muita gentileza da sua parte; vamos sair a que horas?
- Após o café da manhã, mas temos que decidir quem vai no carro e quem vai com o Miguel e por falar em Miguel onde ele está? – perguntou a Liz.
- Ele me ligou, está conversando com a tia dele, parece que era o Muiraquitã era o responsável por bloquear a Zoé, ele é uma espécie de amuleto protetor era por isso que ninguém conseguia localizar a Zoé, agora precisamos dele para proteger a mamãe.
- Bom eu pensei assim, no nosso carro vem o Pedro dirigindo, eu no carona, Allan e Isabelle no banco de trás, e a Zoé vai de moto com Miguel.
- Por mim tudo bem. – respondi.
- Eu não sei, acho melhor eu ir com o Miguel, a Zoé ficaria mais segura com vocês no carro.
- Também pensei nisso Allan, mas se o pessoal do G7 aparecer fica mais fácil de fugir.
- Vou ligar para o Miguel outra vez, vamos sair daqui a mais ou menos meia hora.
Allan pegou o celular e foi para o quarto, senti a mesa tomei meu café da manhã, as meninas desceram na frente junto com o Pedro ele iria usar seus poderes na minha mãe, não podíamos contar a verdade a ela, pois ela jamais concordaria com a nossa decisão.
- Zoé, agora que estamos só nós dois que idéia foi essa de cortar o cabelo?
- Eu não sei para aonde estamos indo e o cabelo deve ser a ultima coisa com que eu devo me preocupar. E o Miguel?
- Ele já está esperando agente na recepção, Zoé eu estava pensando se não é melhor que você volte a usar o Muiraquitã, só por segurança.
- Eu não sei onde ele está, ele deve ter caído ontem quando eu estava indo a praça e como é que você sabe que era ele que estava me protegendo?
- Eu andei pesquisando sobre ele e sobre o que ele faz, a maioria das coisas que eu encontrei é lenda, mas toda lenda pode ter um fundo de verdade.
Quando cheguei a recepção, todos já estavam me aguardando, a primeira a falar foi a minha mãe:
- Minha filha o que foi que você fez com seu cabelo? Sua avó vai ficar bastante chateada. – eu fiquei um tanto confusa eu não tinha avó, olhei para a Liz que apontou para o Pedro, foi aí que entendi que a minha mãe estava hipnotizada, ela acreditava que estávamos indo visitar a nossa avó.
- Ah mãe é que eu queria ficar um pouco diferente.
- Mas eu gostei ficou mais moderno, adorei a idéias dos seus primos de todos vocês passarem o natal com a mamãe eu gostaria de ir também, mas não posso é alta temporada e não posso deixar a pousada, sua avó vai ficar muito feliz.
- É a vovó vai ficar muito feliz mesmo, mãe eu te amo muito, nunca esqueça disso tá bom.
- Também te amo filhinha, alias amo vocês dois. – disse ela abraçando o Allan e eu.- e adorei a idéia de vocês levarem o Miguel junto com vocês, é uma boa oportunidade para ele fazer amizade, agora vão seus primos já estão esperando.
Quando chegamos na entrada da pousada havia um Kia Cerato prata maravilhoso a nossa espera, colocamos nossas coisas na mala do carro, Isabelle me deu um abraço, acenou e todos entraram no carro e partimos.
Seguíamos o carro até que em um ponto, eles saíram da RS e seguiram por estrada estreita de areia, percorremos por essa estrada por uns quinze minutos até chegarmos a uma fazenda o carro parou e paramos logo em seguida. Lizandra foi a primeira a sair do carro e gritou:
- Está tudo bem, tem um avião a nossa espera aqui!
Os outros saíram logo em seguida, pegaram as coisas na mala do carro, Miguel me ajudou a descer da moto, me entregou o capacete, pegou a minhas coisas na mala do carro e seguimos a Lizandra, Isabelle estava ao meu lado e começou a falar:
- Estou muito feliz pó você ter vindo conosco.
- Eu é que estou feliz em poder ajudar.
- Eu nem acredito que te conheci, minha mãe contava muitas historias sobre você e sobre o que é capaz de fazer.
- O que ela falava exatamente?
- Papai! – gritou Isabelle, correndo para o homem que estava a frente de um pequeno avião.
- Oi pai. – falou a Liz abraçando o mesmo homem. - Gente esse é Pietro meu pai e será nosso piloto e esse o nosso jatinho particular.
Lizandra parecia bastante com o pai, na verdade parecia a versão feminina do pai, ela tinha um cabelo longo preto e encaracolado, olhos pretos seus olhos eram castanho claro que as vezes dava a impressão de serem verdes, já a Isabelle deve ser parecida com a mãe, seu cabelo era curto e castanho claro e seus olhos eram castanho escuro, erapequena e magra, apesar de ter o dom da força, ela parecia muito frágil como uma bonequinha. Todos entraram no avião e decolamos e pouco tempo, já estávamos pousando em uma pista particular no Rio de Janeiro, quando desembarcamos.
Eu só conhecia o Rio de Janeiro pela televisão, a cidade do carnaval e das mulheres mais bronzeadas, o clima era bastante diferente de gramados, era quente até o ar tinha um cheiro especial, seguimos para um enorme galpão onde estavam dois carros a nossa espera, Lizandra falou:
- Miguel como faremos para encontrar o seu amigo?
- Eu posso ligar para ele?
- Tomaliga desse telefone. – Disse ela jogando o telefone para ele que o segurou no ar.
- Boa pegada. – Exclamou Allan.
- Alô!
- Eric, sou eu o Miguel!
- Fala brother, e aí como você está? Já cansou do frio? E as gauchas são bonitas?
- Eu to muito bem, eu to aqui no Rio cara e queria ver você, saber as novas, como anda a galera?
- Onde você está agora?
- Tô indo para a Copacabana, eu trouxe minha namorada para conhecer o Rio!
- Pô cara você mal mudou, já arrumou problema, mas tudo bem agente se encontra lá no Rico?
- No Rico está ótimo.
- Até Já.
- Pronto eu marquei com ele no Rico, é um barzinho que fica na praia, só que eu disse que vim para o Rio com a minha namorada, é melhor explicar para ele tudo pessoalmente.
- É melhor mesmo muita gente poderia atrapalhar agora.- Falou Lizandra.
- E quem vai com o Miguel? Eu quero ir! – Choramingou Isabelle.
- Quem mais poderia ir? O Miguel, a Zoé e eu, e você vai levar os outros para nossa casa ou melhor faz o que combinamos tá bom.
Eu não sei o que elas haviam combinado, Isabelle saiu radiante como se tivesse recebido um presente de Papai Noel. Quando chegamos a um barzinho pequeno, mas a decoração era um pouco excêntrica, as cadeiras e mesas eram douradas, o carpete era vermelho e as paredes azuis, o Miguel disse que esse bar era freqüentado por pessoas como especiais era como um refugio, ali todos eram iguais, quando chegamos só havia o Eric que estava a nossa espera, ele eramoreno, alto e estava usando um sobretudo preto, ele veio ao nosso encontro deu um abraço no Miguel, depois deu um abraço na Lizandra e em mim.
- Sejam bem vindas ao paraíso meninas, e quem é minha cunhadinha? – perguntou .
- Essa é a Zoé, minha namorada, e essa é a Lizandra vieram conhecer a minha área e o que aconteceu com você? virou gótico?
- Faz parte da minha profissão agora.
- É sobre isso que eu gostaria de falar com você, as meninas também são especiais.
- Como assim cara? Do que é que você está falando?
- Fica tranqüilo, elas já sabem, a Liz é uma vidente, e a Zoé é telecinetica.
- Eu nunca conheci ninguém com telecinese, você consegue mesmo mover as coisas só pensando? É impossível.
- Tão impossível quanto, soltar fogo com as mãos. – ele riu, movi uma cadeira que estava na mesa ao nossa lado e fiz com que parasse bem próximo a ele.
- E agora parece impossível? – perguntei
- Nossa é incrível, você seria muito útil ao nosso grupo, iríamos adorar ter você na equipe. – ele respondeu, eufórico e surpreso.
- É sobre isso que queríamos falar com você, nós precisamos falar com o H.P. pessoalmente. – falou Miguel.
- Pô cara, vai ser muito difícil ele receber vocês, eu mesmo nunca falei com ele pessoalmente, quem contrata o pessoal é o Monzard o braço direito do dele, mas se for pra consegui trabalho é só resolver com ele.
- Não queremos emprego algum precisamos de uma informação e só o próprio H.P. pode ajudar. – respondeu Lizandra parecendo impaciente.
- Eu já falei é praticamente impossível falar com ele, só o Monzard tem acesso a ele, desculpe Miguel mas não posso ajudá-los.
- Você diz ao Monzard que é a Zoé que quer falar com o H.P., pode ter certeza que ele não se negará a recebê-la, você tem o nosso numero é só ligar. - disse Lizandra parecendo ainda mais impaciente, ela respirou fundo e continuou. - Por favor Eric preciso muito da sua ajuda, minha mãe foi levada pelo pessoal do G7, mas antes de ser levada, ela me deixou um diário dizendo que eu deveria procurar o H.P.
- Está bem, vou ajudá-los, quero que vocês me encontrem as 23:30 no Sobrado, fica na Lapa, o Miguel sabe aonde fica, ele pode levar vocês. – disse Eric, levantando-se e saído da mesa.
- Obrigada Eric. – agradeceu Miguel, ele acenou com a cabeça e saiu